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Epidemia de dengue sobrecarrega hospitais e eleva preocupações na Argentina

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Os mosquitos estão surgindo mais cedo na Argentina e se espalhando por áreas mais frias, impulsionando o pior surto de dengue já registrado no país e aumentando o risco de epidemias mais frequentes do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, afirmam os cientistas.

Na temporada 2023/24 até o momento, a Argentina já contabilizou 232.996 casos da doença, também conhecida como “febre quebra-ossos”, devido às intensas dores musculares e articulares que pode provocar, além de febre alta, dor de cabeça, vômitos e erupções cutâneas. Esse número é significativamente maior do que o recorde anterior de 130 mil casos, registrado na temporada anterior, e é cinco vezes maior do que o número relatado no mesmo período do ano passado, de acordo com os dados mais recentes das autoridades.

Os casos geralmente aumentam no final do verão, em torno de março e abril, mas começaram muito antes nesta temporada. “O aumento da população de mosquitos no final da primavera está ocorrendo cada vez mais cedo”, observou Sylvia Fischer, PhD em ciências biológicas e pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet). Fischer acrescentou que os cientistas estão observando a doença mais frequentemente do que antes em regiões mais frias, mais ao sul da Argentina. “Todos esses são lugares onde, há alguns anos, a doença não estava presente”, disse ela, acrescentando que isso reflete uma tendência regional mais ampla, onde a temporada dos mosquitos está se prolongando devido ao clima mais quente, em parte associado às mudanças climáticas. “Se eu tivesse que fazer uma projeção, diria que existe a possibilidade de termos epidemias de dengue talvez todos os anos.”

O surto deste ano na Argentina sobrecarregou os hospitais e esgotou os estoques de repelentes de insetos, com os vendedores aumentando os preços quando têm produtos disponíveis. O governo está facilitando as importações de sprays contra mosquitos para atender à demanda. “Tenho muitos pacientes hospitalizados devido à dengue”, relatou Leda Guzzi, médica infectologista.

Para ela, embora a maioria dos casos não seja grave, o grande número de infecções pode levar a um surto mais letal no próximo ano, à medida que as pessoas forem reinfectadas. “A doença se espalhou tremendamente e realmente acreditamos que o próximo ano será muito desafiador, pois haverá muitos casos de reinfecção por dengue”.

Fonte: Agência Brasil

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