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Rússia nega responsabilidade em ataque com drone contra Chernobyl

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“Qualquer alegação deste tipo não é verdadeira, os nossos militares não fazem isso”, disse Peskov aos jornalistas em Moscovo.

Foto: SERGEY DOLZHENKO/EPA

A Presidência da Rússia rejeitou qualquer envolvimento em um ataque com drone contra a cobertura de proteção da Central Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. O governo ucraniano, por meio do presidente Volodimir Zelensky, denunciou o ataque, mas afirmou que os níveis de radiação na central não sofreram alterações.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou que a estrutura interna da central desativada não foi comprometida. A equipe da agência destacada no local relatou ter ouvido uma explosão e foi informada sobre o impacto de um drone contra o invólucro de proteção, mas não atribuiu responsabilidades pelo ataque.

Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou as acusações de Kiev. “Nossos militares não realizaram esse ataque. Qualquer alegação nesse sentido não é verdadeira”, afirmou.

A agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) destacou que ainda não é possível confirmar de forma independente a autoria do incidente.

O ataque ocorreu dois dias após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que pretende se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir um possível fim da guerra na Ucrânia. A postura de Washington, que identifica Putin como o principal interlocutor, tem gerado preocupação em Kiev e entre governos europeus, que temem ser excluídos das negociações.

De acordo com a AP, a Ucrânia pretende fornecer informações detalhadas sobre o ataque durante a Conferência de Segurança de Munique, que começa hoje na Alemanha. O chefe do Gabinete Presidencial ucraniano, Andrii Yermak, será um dos encarregados de apresentar os dados.

Zelensky afirmou que o ataque causou danos à estrutura de proteção e provocou um incêndio, que já foi controlado. Em resposta, Peskov sugeriu que a Ucrânia estaria usando o episódio para tentar frustrar as negociações entre Trump e Putin, sem, no entanto, apresentar provas dessa afirmação.

O ataque ocorreu às 1h50 (23h50 de quinta-feira em Lisboa) e atingiu uma cobertura protetora instalada em 2016 sobre a estrutura de contenção de concreto do quarto reator da usina, que explodiu em 1986 no maior desastre nuclear da história. Essas camadas têm a função de impedir a liberação de radiação.

A guerra, que já dura três anos, tem levantado alertas sobre os riscos para as quatro centrais nucleares da Ucrânia, especialmente a de Zaporijia, no sul do país, atualmente sob ocupação russa.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, destacou em suas redes sociais que o ataque a Chernobyl e a recente escalada militar em torno da central de Zaporijia evidenciam os riscos persistentes para a segurança nuclear. Segundo a AIEA, sua equipe respondeu ao incidente poucos minutos após a explosão, e não houve registro de vítimas.

Fonte: Agência Brasil

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