Internacional
Presidente romeno Klaus Iohannis anuncia demissão em meio a crise política
Com a saída de Iohannis, a Constituição determina que o presidente do Senado, Ilie Bolojan, assuma interinamente o cargo
O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, anunciou nesta segunda-feira sua demissão, em resposta às críticas que enfrentava após o Tribunal Constitucional anular as eleições presidenciais de dezembro de 2024. A decisão judicial foi motivada por suspeitas de ingerência russa e manipulação da opinião pública.
Com a anulação do pleito, o mandato de Iohannis foi prolongado, o que gerou questionamentos da oposição sobre sua legitimidade. O presidente, de 65 anos, que ocupa o cargo desde 2014 e já cumpriu o limite de dois mandatos de cinco anos, declarou que deixaria a presidência assim que um sucessor tomasse posse. No entanto, diante da iminente votação parlamentar para sua destituição, optou por antecipar sua saída.
“Para poupar a Roménia e os cidadãos de uma crise, abandono minhas funções”, afirmou Iohannis em coletiva de imprensa em Bucareste, acrescentando que sua saída ocorrerá em 12 de fevereiro. Ele alertou que sua destituição poderia gerar instabilidade no país e comprometer a imagem da Roménia no exterior. “Seremos motivo de chacota do mundo”, declarou.
O parlamento romeno votará nesta terça-feira o terceiro pedido de suspensão de seu mandato, depois de duas tentativas anteriores rejeitadas por questões processuais. O pedido atual foi impulsionado pelos partidos ultranacionalistas Partido dos Jovens (POT), Aliança para a União dos Romenos (AUR) e SOS, com apoio de parlamentares da União para Salvar a Roménia (USR).
Com a saída de Iohannis, a Constituição determina que o presidente do Senado, Ilie Bolojan, assuma interinamente o cargo. As novas eleições presidenciais estão marcadas para 4 de maio (primeira volta) e 18 de maio (segunda volta).
O populista de extrema-direita Calin Georgescu, vencedor da primeira volta das eleições anuladas, criticou duramente a decisão do Tribunal Constitucional. “O Estado de direito está em coma induzido e a justiça, subordinada a ordens políticas, perdeu sua essência. Trata-se de um golpe de Estado formalizado”, afirmou.