Internacional
Partidos de esquerda da França pressionam Macron para formar novo governo
Os partidos de esquerda da França comunicaram ao presidente Emmanuel Macron sua intenção de formar o próximo governo, durante uma reunião realizada nesta sexta-feira (23). O encontro marcou o início das consultas do presidente sobre quem poderia ser nomeado primeiro-ministro, quase sete semanas após as eleições parlamentares.
Macron, que não fez declarações públicas após o encontro, tem ignorado as demandas da esquerda até agora. Apesar de a aliança de esquerda, a Nova Frente Popular, ter ficado em primeiro lugar na votação de julho, ainda está longe de alcançar a maioria absoluta no Parlamento.
“Dissemos a ele que cabia à força política que ficou em primeiro lugar – a Nova Frente Popular – formar um governo”, afirmou Lucie Castets, funcionária pública e candidata da esquerda ao cargo de primeira-ministra, após a reunião com Macron.
Após semanas de tensões entre os campos políticos rivais, os líderes da esquerda demonstraram um certo otimismo, destacando que Macron reconheceu a necessidade de mudança, embora ainda não esteja claro o que isso implicará.
Macron também se reunirá com centristas e conservadores ainda nesta sexta-feira e com a extrema direita na próxima segunda-feira. Os líderes da esquerda esperam uma resposta rápida após essas reuniões.
A escolha de quem será o próximo primeiro-ministro – e se ele ou ela conseguirá obter o apoio de um Parlamento dividido para aprovar reformas – permanece uma questão em aberto. Até o momento, não há sinais de uma coalizão mais ampla que possa garantir uma maioria estável.
A decisão de Macron de convocar eleições parlamentares antecipadas se mostrou arriscada, resultando na perda de dezenas de assentos por sua coalizão centrista, o que deixou o Parlamento sem uma maioria clara.
O presidente pediu aos líderes políticos que busquem acordos além das linhas partidárias para formar um governo com uma maioria sólida. Uma fonte próxima a Macron afirmou que ele acredita que o equilíbrio de poder está mais inclinado para o centro ou centro-direita.