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Kiev vincula futuro da Ucrânia à batalha a leste

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O futuro da Ucrânia depende do resultado das batalhas no leste, incluindo Bakhmut e arredores, afirmou na última noite o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Kiev e Moscovo falam em fortes combates na pequena cidade mineira.

A cidade de Bakhmut é nesta altura o foco da invasão russa da Ucrânia. Há vários meses que a cidade mineira é alvo de intensos combates de infantaria, já descritos como os mais sangrentos na Europa desde a II Guerra Mundial.

“A guerra está muito dura no leste”, afirmou Zelensky no seu habitual vídeo noturno.

No entanto, o presidente ucraniano mostra-se convicto da vitória: “Temos de destruir o poder militar do inimigo. E vamos destruí-lo”.

Para Zelensky, o futuro da Ucrânia depende da batalha a leste, incluindo Bakhmut e arredores.

A guerra de trincheiras em Bakhmut, na região ucraniana de Donetsk, é descrita pelos dois lados como um “triturador de carne”. Com Kiev e Moscovo a comunicar centenas de baixas nas tropas inimigas.

Esta terça-feira, o Ministério da Defesa da Ucrânia revelou que as tropas ucranianas “mataram mais de 700 soldados russos, destruíram dez tanques, 15 veículos blindados de combate, 16 peças de artilharia e 11 drones”.

Na segunda-feira, a Rússia lançou cinco ataques com mísseis, 35 ataques aéreos e 76 ataques com rockets contra infraestruturas civis nas regiões de Sumy e Donetsk.

As forças ucranianas revelaram ter repelido ataques a sete zonas na frente de Bakhmut.

Para a Rússia, conquistar Bakhmut é abrir o caminho para controlar todo o território de Donetsk, um dos objetivos centrais da guerra. Já a Ucrânia, que decidiu defender a cidade mineira em vez de se retirar, considera que desgastar os soldados russos poderá ajudar a sua contraofensiva na primavera, uma altura em que os terrenos agora enlameados estarão mais secos.

Extensão do acordo sobre cereais

Kiev e Moscovo estão em desacordo com a duração da extensão do acordo de cereais do Mar Negro. A Rússia quer prolongá-lo por 60 dias, ao passo que a Ucrânia insiste nos 120 dias de prorrogação mínima.

A agência de notícias russa Tass cita o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, segundo o qual o acordo, que ajuda a Ucrânia a exportar produtos agrícolas, foi prorrogado por 60 dias.

Já a Reuters cita um funcionário ucraniano que garantiu que Kiev vai cumprir os termos do acordo, mas exige a extensão por 120 dias.

Ancara confirmou esta terça-feira que as negociações sobre a extensão do acordo ainda estavam a decorrer. A Turquia e a ONU ajudaram a mediar o acordo original assinado em julho de 2022.

Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou estar comprometido em facilitar a exportação de alimentos e fertilizantes russos, após Moscovo aceitar prolongar o acordo por apenas 60 dias.

Em julho passado, as Nações Unidas e a Turquia negociaram acordos paralelos com a Ucrânia e a Rússia que permitem, respetivamente, a Kiev enviar alimentos e fertilizantes de três dos portos ucranianos no Mar Negro, e a Moscovo exportar de alimentos e fertilizantes.

O acordo de 120 dias – que ajudou a aliviar parte do impacto do aumento global dos preços dos alimentos – foi renovado em novembro passado, mas expira no próximo sábado, estando em cima da mesa das negociações uma extensão por mais quatro meses.

O acordo permitiu a exportação de 24 milhões de toneladas de cereais e mais de 1.600 viagens seguras de navios pelo Mar Negro, com 55 por cento das exportações de alimentos a serem direcionadas para países em desenvolvimento, de acordo com dados da ONU.

Crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional vai iniciar dois processos por alegados crimes de guerra contra a Rússia emitindo várias ordens de prisão, avança esta terça-feira o jornal norte-americano The New York Times.

Segundo o jornal, os casos estão relacionados em concreto com o suposto “sequestro de crianças ucranianas” e com o “ataque deliberado contra infraestruturas civis” da Ucrânia.

New York Times cita fontes do TPI relacionadas com “as últimas decisões”. As fontes não foram identificadas por estarem impedidas de se pronunciarem publicamente sobre o assunto.

Estas são as primeiras acusações internacionais desde 24 de fevereiro de 2022 e, segundo o jornal, “são resultado” do trabalho das equipas de investigação sobre crimes de guerra.

Esta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia não reconhece jurisdição ao TPI.

As investigações prolongaram-se durante vários meses e concentram-se sobretudo “no sequestro de crianças e de adolescentes ucranianos” enviados para campos de “reeducação russos”, além dos ataques deliberados contra equipamentos civis.

Karim Khan, procurador do TPI, deve primeiro apresentar o caso aos juízes de instrução sendo que os investigadores ainda se encontram a trabalhar na recolha de provas para depois emitir eventuais ordens de prisão.

O Kremlin nega as acusações de crimes de guerra, mas, segundo a notícia agora publicada, os investigadores internacionais e ucranianos “reuniram provas sólidas de uma série de atrocidade desde o primeiro dia da invasão”, 24 de fevereiro de 2022.

c/ agências

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