Hamas admite erro na entrega de restos mortais de reféns israelenses

O corpo de Shiri “foi feito em pedaços depois de ter sido aparentemente misturado com outros corpos sob os escombros”, na sequência de um ataque israelita, disse um porta-voz do Hamas.

O Hamas reconheceu nesta sexta-feira que os restos mortais da refém Shiri Bibas, que deveriam ter sido entregues na quinta-feira, estavam misturados com os de outra vítima de um ataque aéreo israelita.

“Seu corpo foi feito em pedaços e aparentemente misturado com outros sob os escombros”, afirmou um porta-voz do grupo ao jornal The Times of Israel, citado pela agência EFE.

O Hamas havia anunciado em 29 de novembro de 2023 que Shiri Bibas e seus filhos, Ariel e Kfir (de 4 anos e 9 meses, respectivamente), haviam morrido em um bombardeio israelense. Na quinta-feira, entregou quatro corpos, afirmando tratar-se da família Bibas e de Oded Lifshitz, de 83 anos, sequestrado nos ataques do grupo a Israel em 7 de outubro de 2023.

No entanto, o Exército israelense, com base em um relatório forense, confirmou a identificação dos corpos das crianças e declarou que Ariel e Kfir foram “brutalmente assassinados” durante o cativeiro, sem fornecer mais detalhes.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o episódio e afirmou que o corpo de Shiri foi trocado pelo de uma mulher de Gaza, classificando o caso como uma “violação cruel” do cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro.

“Agiremos com determinação para trazer Shiri para casa, bem como todos os nossos reféns – vivos e mortos – e garantiremos que o Hamas pague o preço por essa cruel e perversa violação do acordo”, declarou Netanyahu em vídeo.

Uma fonte do Hamas, sob anonimato, afirmou à agência AFP que o corpo de Shiri pode ter sido “misturado por engano com outros sob os escombros” e garantiu que o grupo está investigando o ocorrido.