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Johnny Depp nega acusações de Amber Heard em julgamento por difamação: ‘Não sou maníaco’
O ator americano Johnny Depp disse na terça-feira (19) que nunca agrediu uma mulher, ao depor nos Estados Unidos como testemunha no julgamento por difamação contra a ex-mulher, a também atriz Amber Heard. Os advogados de Amber afirmaram que Depp se tornou um “monstro” devido ao uso de drogas e álcool e agrediu a atriz física e sexualmente.
O ator contou que experimentou drogas aos 11 anos, quando roubava “comprimidos para os nervos” de sua mãe, que o maltratava. Mas ressaltou que não é “um maníaco que precisa estar drogado o tempo todo” e afirmou que a forma como é descrito pela atriz é falsa.
“Tomei substâncias ao longo dos anos, de vez em quando para afastar os fantasmas, os espectros, que me acompanhavam desde a juventude. Essencialmente, foi apenas automedicação.”
Depp afirmou que as acusações “cruéis e preocupantes” de agressão física feitas contra ele por Amber “não eram baseadas” em verdades e foram “um choque total”.
“Houve discussões e coisas assim, mas nunca cheguei ao ponto de bater em Amber de forma alguma”, disse Depp ao júri no Tribunal do Condado de Fairfax, em Virgínia, perto de Washington. “Eu não bati em nenhuma mulher na minha vida.”
Difamação
Um de seus advogados perguntou a Depp por que ele havia aberto o processo de difamação contra a ex-mulher. “Era minha responsabilidade me defender, não apenas por mim, mas também pelos meus filhos”, disse Depp. “Queria limpar meus filhos dessas coisas horríveis que eles tinham que ler sobre seu pai, que não estavam corretas.”
O ator de Piratas do Caribe, de 58 anos, usando um rabo de cavalo e vestindo um terno preto com camisa preta e gravata com estampa floral, depôs no quinto dia do julgamento.
Amber ouviu atenta, sem esboçar reação, enquanto Depp falava com a voz pausada e gesticulava. Ele entrou com o processo depois que Amber, 35, escreveu uma coluna para o jornal The Washington Post em dezembro de 2018 na qual se descreveu como uma “figura pública que representa o abuso doméstico”.
Violência física e abusos
A atriz nunca citou o nome de Depp, que ela conheceu no set do filme Diário de um Jornalista Bêbado (2009), mas ele a processou por sugerir que ele era um agressor e pede 50 milhões de dólares em danos.
Amber, que foi casada com Depp de 2015 a 2017, respondeu entrando com uma ação reivindicando o dobro, 100 milhões de dólares, alegando que sofreu “violência física e abuso desenfreados” nas mãos dele. Depp acusa Amber de ter tentado buscar “publicidade” antes da estreia do filme Aquaman, que protagonizou.
Em 2020, Depp perdeu um processo por difamação em Londres, na Inglaterra, contra o tablóide The Sun, que o chamou de “espancador de esposas”.
O ator foi questionado sobre o início do seu relacionamento com Amber. “Ela era amorosa, era como se fosse boa demais para ser verdade. Em cerca de um ano e meio, havia quase se tornado outra pessoa.”
Impacto profissional
Os advogados de Depp afirmam que as acusações tiveram um “impacto devastador” na carreira do ator em Hollywood. Ele teve que desistir de seu papel como capitão Jack Sparrow em Piratas do Caribe e foi cortado da série Animais Fantásticos, baseada no livro da autora de Harry Potter, J.K. Rowling.
Depp depôs depois de um membro de sua equipe de segurança, Sean Bett, e Keenan Wyatt, que trabalhou como engenheiro de som em muitos de seus filmes. Ambos afirmaram que nunca viram Depp ser violento.
“Nunca vi Johnny agredir ninguém”, disse Wyatt. Bett afirmou ter visto Amber atirar uma “garrafa d’água ou copo plástico” em Depp.
O ator apresentou a queixa na Virgínia porque o Washington Post é publicado lá, mas não está processando o jornal. O estado possui leis antidifamação que são consideradas mais favoráveis aos demandantes do que as da Califórnia, onde os dois atores moram.