Esportes
Botafogo conquista a Libertadores pela primeira vez em sua história
A história do Botafogo, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, ganhou um capítulo especial neste 30 de novembro de 2024. O Fogão venceu o Atlético-MG por 3 a 1, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, Argentina, e conquistou a sua primeira Copa Libertadores de maneira heroica. O time carioca jogou praticamente toda a final com um jogador a menos, após a expulsão de Gregore aos 30 segundos de partida. Apesar da desvantagem numérica, o Botafogo soube se defender bem e foi eficiente no ataque.
Com uma história repleta de ídolos como Heleno de Freitas, Nilton Santos, Didi, Garrincha, Amarildo, Manga, Gerson e Jairzinho, o Botafogo ajudou a formar a base do futebol brasileiro e projetou o país para o mundo. Agora, em Buenos Aires, o clube carioca escreveu uma nova página gloriosa em sua trajetória, conquistando um título inédito.
O título da Libertadores tem um significado ainda mais especial, pois sela uma virada importante na história recente do Botafogo. Em 2022, a chegada de John Textor e a transformação do clube em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) marcaram o início de uma nova fase. Menos de dois anos depois, o Botafogo alcança a glória eterna, superando a decepção do ano anterior, quando perdeu o título do Campeonato Brasileiro na reta final.
Ao longo da competição, o Botafogo teve diversos heróis. Na fase preliminar, Júnior Santos foi o grande destaque, terminando como artilheiro da Libertadores com dez gols, incluindo o gol na final. Apesar de um início difícil na fase de grupos, com duas derrotas consecutivas, o time se recuperou e avançou para o mata-mata, vencendo três jogos seguidos.
Nas oitavas de final, Igor Jesus, Luiz Henrique e Savarino brilharam contra o Palmeiras. Nas quartas, John foi decisivo nos pênaltis contra o São Paulo. A vitória histórica por 5 a 0 sobre o Peñarol, no jogo de ida da semifinal, foi um sinal claro de que o Botafogo estava preparado para a conquista.
O técnico português Artur Jorge também teve papel fundamental. Ele montou um time sólido, com uma proposta de jogo bem definida, e soube travar o Atlético-MG com uma linha defensiva de cinco jogadores. Seu trabalho foi decisivo para o título histórico que ficará marcado para sempre na memória do torcedor botafoguense.
Além da taça da Libertadores, o Botafogo segue com ambições para o futuro. Atualmente líder do Campeonato Brasileiro, o clube busca o título nacional e já garantiu vaga para a Copa Intercontinental e o Mundial de Clubes de 2025. A jornada do Botafogo em 2024 está longe de acabar, mas o título da Libertadores já assegura um lugar eterno na história do clube e do futebol brasileiro.
O jogo
A final começou com expulsão. Em disputa de bola no meio de campo, Gregore levantou o pé e acertou Fausto Vera, que se abaixou na tentativa de cabecear. O volante do Botafogo levou o cartão vermelho diretamente aos 30 segundos. Vera teve um sangramento perto da orelha e na cabeça.
Com um jogador a menos, o Botafogo recuou e fez uma linha defensiva com cinco homens. O Atlético-MG obrigou John a trabalhar aos oito minutos. Hulk arriscou de fora da área. O goleiro do Botafogo espalmou. Aos dez, John defendeu com segurança finalização de Hulk pela direita.
Aos 23, após cruzamento da esquerda, Deyverson finalizou e errou o alvo, mas levou perigo. O Fogão conseguiu segurar as investidas do rival e deu o bote aos 34 minutos. O clube carioca desceu pela esquerda, com Luiz Henrique. Marlon Freitas finalizou e a bola, no rebote, sobrou para Luiz Henrique. Ele finalizou e abriu o placar no Monumental de Núñez: 1 a 0.
O Botafogo se encheu de moral. Luiz Henrique chegou antes de Arana e Everson e foi derrubado na área. O árbitro Facundo Tello (ARG), contudo, nada marcou. O VAR, comandado por Mauro Vigliano (ARG), entrou em ação e recomendou a revisão de um lance. Facundo, então, marcou pênalti. Alex Telles cobrou e fez 2 a 0 para o Fogão. Pela forma como se iniciou, o Botafogo conseguiu um placar dos sonhos na primeira etapa.
Gabriel Milito fez três mudanças no intervalo. O técnico argentino colocou Mariano, Bernard e Vargas. Saíram Lyanco, Scarpa e Vera. Uma troca deu certo praticamente imediatamente. Hulk cobrou escanteio e Vargas cabeceou sem chances para John, no primeiro minuto da etapa final: gol do Atlético-MG.
Aos sete, Hulk cruzou da direita e achou Deyverson. Ele cabeceou para fora, com perigo. No minuto seguinte, Adryelson foi providencial e bloqueou finalização de Deyverson. O Galo ficou na bronca com a arbitragem. Deyverson se antecipou a Marlon Freitas, que afastou o perigo em dividida e choque com o rival. O Atlético-MG pediu pênalti, mas o árbitro não deu e nem tampouco o VAR recomendou revisão.
Artur Jorge fez as primeiras mudanças no Botafogo aos 11 minutos. Ele colocou Marçal e Danilo Barbosa. Saíram Alex Telles e Savarino. Aos 18, Hulk obrigou John a fazer uma importante defesa. Ele finalizou da entrada da área. O goleiro espalmou.
Aos 33, Artur Jorge colocou Matheus Martins e Júnior Santos. Saíram Luiz Henrique e Thiago Almada. Aos 40, Vargas foi lançado na área e ficou cara a cara com John, mas mandou por cima. O atacante teve outra chance de ouro aos 43 minutos. Adryelson falhou e Vargas ficou na boa, mas tentou encobrir John e errou o alvo.
O Botafogo deu o golpe da misericórdia, Júnior Santos, aos 51 minutos, fez grande jogada pela direita e cruzou. A zaga cortou, mas a bola sobrou para Júnior Santos. Ele fez 3 a 1. O Fogão fez história e conquistou a Libertadores.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 1 X 3 BOTAFOGO
Local: Monumental de Núñez, Buenos Aires (ARG)
Data: 30 de novembro de 2024, sábado
Horário: 17h (de Brasília)
Árbitro: Facundo Tello (ARG)
Assistentes: Ezequiel Brailovsky (ARG) e Gabriel Chade (ARG)
VAR: Mauro Vigliano (ARG)
GOLS: Luiz Henrique, aos 34′ do 1ºT, Alex Telles, aos 43′ do 1ºT, e Júnior Santos, aos 51′ do 2ºT (Botafogo) / Vargas, com 1′ do 2ºT (Atlético-MG)
Cartões amarelos: Battaglia, Lyanco, Fausto Vera e Hulk (Atlético-MG) / Alex Telles, Thiago Almada, Igor Jesus e Vitinho (Botafogo)
Cartão vermelho: Gregore (Botafogo)
ATLÉTICO-MG: Everson; Lyanco (Mariano), Battaglia, Alonso e Guilherme Arana; Alan Franco (Vargas), Fausto Vera e Gustavo Scarpa (Bernard); Paulinho, Hulk e Deyverson (Alan Kardec).
Técnico: Gabriel Milito
BOTAFOGO: John; Vitinho, Adryelson, Alexander Barboza e Alex Telles (Marçal); Marlon Freitas, Gregore e Thiago Almada (Júnior Santos); Luiz Henrique (Matheus Martins), Savarino (Danilo Barbosa) e Igor Jesus (Allan).
Técnico: Artur Jorge