Amazonas
Rio Negro atinge 14,30 metros; banho na Ponta Negra segue interditado por segurança
Nesta sexta-feira, 29, o Rio Negro registra 14,30 metros, apresentando um ritmo mais lento de subida após uma estiagem recorde. Por questões de segurança, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) reforça a interdição do banho no balneário do complexo turístico Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus. A medida permanece em vigor, já que o volume do rio está abaixo da cota de segurança, fixada em 16 metros.
A decisão visa proteger banhistas que frequentam a praia para lazer, em função de riscos como buracos, desníveis e bancos de areia no leito natural do rio, expostos com a descida das águas. A exceção é válida apenas para atletas e praticantes de esportes aquáticos, como canoagem e remo, desde que autorizados por suas respectivas federações.
Atletas utilizam a área exclusivamente para treinamentos e competições, com autorização prévia. A Federação Amazonense de Remo esclarece que atividades recreativas, incluindo banhos, continuam proibidas, seguindo a determinação da Prefeitura de Manaus.
Apesar da interdição para banho, a faixa de areia da praia está ampliada e disponível para práticas esportivas, enquanto o calçadão e demais estruturas do complexo permanecem funcionando normalmente.
A coordenação do complexo segue recebendo solicitações para eventos esportivos, como triatlo, canoagem e remo, garantindo que o uso da área ocorra de forma segura e organizada.
Orientações
A área de interdição e do parque já recebeu mais de 20 placas informando sobre a proibição, além de um cerquite de mais de 1.000 metros para delimitar fisicamente a área de interdição para banhistas. Essa limitação física é para impedir a passagem e conscientizar pessoas que insistem em tomar banho no rio, no trecho interditado.
A Prefeitura de Manaus orienta que os banhistas não entrem no rio. As placas têm destaque em vermelho e estão instaladas em diversos pontos da faixa de areia e nos acessos, mas, ainda assim, a comissão que gerencia o parque já fez a retirada de dezenas de banhistas da beira do rio, reforçando a proibição. Segundo o coordenador da comissão, Alberto Maciel, os banhistas são orientados e chamados a se retirar da água. “A interdição visa manter a segurança no local, em razão das depressões que ocorrem no leito do rio. Há depressões de vários metros de profundidade. Os atletas que fazem seus treinos pelo meio do rio têm experiência e técnica. Nossa maior preocupação é com o banhista rotineiro que, em alguns casos, nem sabe nadar”, alertou Maciel.
O prefeito David Almeida assinou o Decreto 5.985/2024, de 17 de setembro, dispondo sobre a interdição, com duração de 90 dias. Laudo e levantamento solicitados pela Prefeitura ao Serviço Geológico do Brasil (SGB) auxiliaram no embasamento técnico.
Interdição
A interdição considera as normas de uso da praia perene, definidas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela Prefeitura junto ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), com órgãos municipais e estaduais signatários do compromisso, incluindo Corpo de Bombeiros do Amazonas (CB-AM) e Polícia Militar.
De acordo com a cláusula 1, parágrafo 3º, a “interdição automática do uso da praia ocorrerá sempre que os laudos e/ou relatórios a que se referem os parágrafos anteriores comprovarem que a praia encontra-se imprópria para o uso dos banhistas”.
Durante a interdição, o banho no rio fica proibido. Os corpos permanentes de segurança, incluindo da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), com a Guarda Municipal, ciclopatrulha, a Polícia Militar e bombeiros atuam no monitoramento da praia e na segurança dos banhistas, bem como na segurança e manutenção do patrimônio de todo o complexo. Equipes da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) reforçam os serviços de limpeza e higiene do calçadão e da praia perene.
Texto – Claudia do Valle / Implurb
Fotos – Arquivo/Semcom