Amazonas
Pesadelo de fumaça em Manaus: população luta contra a péssima qualidade do ar
A densidade da fumaça que afeta Manaus aumentou durante a madrugada e a manhã deste sábado, marcando a segunda semana desse problema. A qualidade do ar na cidade é considerada péssima devido à crise ambiental que atinge todo o estado do Amazonas, agravada pelas mais de 15 mil queimadas ocorridas nos últimos três meses. O mês de outubro registrou a pior incidência de incêndios em 25 anos. Diante dessa situação, o governo estadual decretou estado de emergência ambiental.
Além das queimadas, o Amazonas também enfrenta um problema de seca dos rios, afetando todos os municípios do estado e impactando negativamente mais de 600 mil pessoas. Manaus enfrenta a pior vazante do Rio Negro em mais de um século, isolando comunidades rurais, fechando escolas e prejudicando o escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus.
Esta é a segunda vez que Manaus enfrenta uma onda constante de fumaça, sendo que a primeira ocorreu no início de outubro e foi atribuída às queimadas realizadas por agropecuaristas. No entanto, na madrugada deste sábado, a situação piorou consideravelmente, com a cidade novamente envolta em fumaça e um forte odor de queimadas.
De acordo com o sistema “Selva,” desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas, a qualidade do ar foi classificada como péssima em quase todas as zonas da cidade, com índices extremamente elevados, atingindo até 600 na Zona Sul e variando entre 200 e 400 na Zona Leste por volta de 1h30 da manhã. Durante a manhã, o problema persiste, com pontos da cidade totalmente encobertos e visibilidade reduzida, resultando em uma mudança na cor do sol de amarelo para laranja.
A população está sendo obrigada a usar máscaras ao sair de casa para se proteger da péssima qualidade do ar. Além de Manaus, cidades como Parintins e Maués no interior do estado também enfrentam problemas semelhantes devido à fumaça proveniente de queimadas no estado do Pará e, em menor grau, na Região Metropolitana de Manaus.
Segundo o Governo do Amazonas, a falta de chuvas e a massa de calor sobre Manaus devem continuar a afetar a qualidade do ar nos próximos dias, dificultando a dispersão das partículas de fumaça. O Governo do Pará, por sua vez, negou que a fumaça em Manaus tenha origem no Estado e mencionou que enfrenta um período de poucas chuvas e seca devido ao fenômeno El Niño, intensificando as ações de prevenção e combate a incêndios florestais.
Foto: Samires Coelho / ochefaodanoticia.com.br